http://www.makepovertyhistory.org ...Memórias de um Sonhador...: dezembro 2005
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...Memórias de um Sonhador...

* As memórias são como livros escondidos no pó... As lembranças são os sorrisos que queremos rever, devagar... Recordem, e Sonhem - porque "sempre que o Homem sonha, o Mundo pula e avança..." *

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Localização: Maia, Porto, Portugal

sábado, dezembro 31, 2005

2006...



Está a acabar… já falta muito pouco. Já passaram 365 dias, e passaram a voar. Sei que para muitos, esta será apenas mais uma noite, mas esta noite, por pouco significado que possa ter, marca o fim de um ano. Um ano bom para uns, menos bom para outros, mas um ano que passou. Lembranças deixadas para trás, risos e sorrisos partilhados, brincadeiras, trabalho, desilusões, alegrias. Por aqui partilhei desabafos, culpas, retalhos de vida, confidências, voltinhas nos carrosséis, silêncios, marcas em telhados de vidro, reflexos em espelhos do céu, olhares sobre mim e sobre tantos outros,

recordações guardadas nos cantinhos, o virar da página de tantas e tantas coisas, pensamentos vindos da Lua, e até pequenas viagens aos planaltos (que infelizmente acabaram…). Neste pequenino espaço, deixei muito da minha vida, das coisas que me fizeram rir e chorar, das minhas paixões e ambições, das minhas descobertas e experiências. Não resisti a partilhar convosco algumas das coisas que me fizeram baixar a cabeça e muitas das coisas que me fizeram sorrir e sorrir com a tal da lágrima no cantinho do olho…
Espera-me um novo ano, cansativo, cheio de trabalho, que exigirá muito de mim. Mas um novo ano em que quero tentar fazer aquilo que ainda não fui capaz de fazer, em que quero entregar-me de corpo e alma, em que quero poder ver os sorrisos de muita gente que tanta falta me fazem, em quero ter por perto os “pequeninos” que tanto amo, em que quero muito tentar, pelo menos, ser feliz…
A cada dia que passa, a vida muda e exige uma constante adaptação. Um novo ano se aproxima, cheio de dias para mudar a vida, e temos de estar alerta. Mas é preciso que tudo mude para que tudo se mantenha e, por mais anos que passem, a essência de cada um continua, e é isso que nos faz únicos e diferentes de todos. Aquilo em que acreditamos, aquilo que defendemos, é isso que nos deve perseguir no ano que aí vem. Afinal, o que são mais 365 dias?



é muito tempo para viver…


* Um brinde a todos* e feliz 2006 *

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Sinto falta...




... de todas aquelas coisas que já não tenho há muito tempo… era bom quando acordava cedo e ia acordar os pais à cama para me porem a ver os desenhos animados, quando ia dormir para o meio deles porque trovejava e eu tinha medo, de adormecer a ouvir música, de me pôr em cima do banco da cozinha para chegar à prateleira das bolachas, de preparar o leite com café quentinho para quando a mãe chegava do ginásio. Sinto falta das flores que a minha avó tinha em casa e que eu arrancava, de andar com os seus sapatos pretos de verniz e salto alto, de ter bebés na família, de esperar ansiosamente por uma mensagem tua de “boas noites”, sinto falta de passear na praia, de todas as coisas que um dia fiz, e gostei…e hoje guardo na memória… sinto a tua falta, porque estás a alguns quilómetros de distância de mim, mas torna-se engraçado voltar a sentir isto. A falta que fazem as coisas que nos fizeram tantas e tantas vezes sorrir e sentir aquele friozinho na barriga e aquele arrepio embaraçado, e que nos põem um brilhozinho nos olhos… que voltam a nós sem darmos conta. e sabe tão bem…

sábado, dezembro 24, 2005

Feliz Natal...





Hoje acordei com o Sol na cara. Apesar de fraquinho, aconselhou-me a sair da cama e a pôr mãos à obra. É Natal!!!
Já pus todos os presentes à volta da árvore, os pais já foram comprar as últimas coisas (como é já tradição deixá-las para a manhã de Natal), já acendi as velas e a música já paira no ar. Sim, já cheira a Natal!
Daqui a nada chegaa a Avó, com as rabanadas acabadinhas de fazer, e as mil e uma coisas que teima em trazer, não vá faltar nada na cozinha. Depois, as mulheres juntam-se e, por entre brincadeiras com farinha e conversas animadas, surge o pão-de-ló, a aletria, as filhós, e todas aquelas coisas boas do Natal.
As gomas e chocolates para os mais novos também já estão na sala, à espera que os pimpolhos da família os venham devorar. Eles também não devem tardar. É uma animação quando a casa está cheia destes pequeninos que vivem o Natal como ninguém. É mágico ver o entusiasmo que eles têm quando se fala no Pai Natal, a azáfama a procurarem o seu nome por entre os presentes da árvore, e depois a trabalheira para os convencer a não abrir logo o presente!
E assim, chega a noite. O bacalhau senta-se connosco à mesa, a família reunida, a música sempre a preencher o espaço que resta na sala, e as conversas de família que duram horas e horas. Curiosamente, é nesta altura que se sente uma certa nostalgia. Passam-me pela memória imensas pessoas que eu gostaria que estivessem ali sentadas ao pé de mim. Tantas… A minha árvore tem agora mais nomes pendurados, pessoas especiais que me marcaram e marcam, e que por isso mesmo tornam o meu Natal diferente, e especial. E, para todas elas, um Obrigado enorme, e os desejos de que a magia do Natal brilhe muito esta noite. Que o Pai Natal deixe muitos presentes e muito boas memórias, de mais um Natal… diferente… e especial…


Um Beiju ENORME de *FELIZ NATAL *

quinta-feira, dezembro 15, 2005

A força das pequenas coisas...





Subi as escadas e esperei ansiosamente que alguém escutasse a campainha a que a Professora N. tocou. Demoraram a vir abrir-nos a porta, e eu tentava enganar a ansiedade e a curiosidade…
Um uniforme branco e um sorriso veio abrir-nos a porta. A minha primeira visão foi a de um grande corredor, com quartos de ambos os lados, e uma bela árvore de Natal que dava aquele ar tão característico desta época. E ouvi-te a chorar… foi um choro de alguém pequenino, muito pequenino, como que a dizer “estou aqui”, que me saudou naquela manhã. E só consegui dar um grande sorriso…
Caminhei mais um pouco, e descobri-te. Eras pequenina, tinhas 2.800kg, e tinhas nascido 45h antes. Vestias uma linda roupa cor-de-rosa, com um coelhinho bordado, e o no teu cobertor pousava uma borboleta. Os teus pequeninos dedos agarravam a tua borboleta, o teu olhar admirado fixava a tua mamã e, quando ela te pegou nos braços, deste um suspiro…Soube tão bem ouvir-te…
Quando a Enfermeira F. chegou, estava na hora do teu banho. Despiu o teu fatinho do coelho, e foi aí que admirei o teu corpo. Ocupava apenas as mãos da Enfermeira. Era tão pequenino, mas tão perfeito… Tinhas uma cor rosada, a pele enrugada, os teus pés e mãos eram… tão pequeninos… Vi o teu banho enquanto a tua mamã orgulhosa decidia qual o conjunto que te iria vestir a seguir! Decidiu-se pelo rosa e branco, com… uma borboleta! No fim disse-nos:
“ - Mostra aqui às Meninas Enfermeiras como estás bonita…!”
E realmente estavas… Parecias uma flor, a desabrochar, com a borboleta pousada em ti, a admirar-te. Tal como eu estava… a admirar-te…
E sorri, mais uma vez. Foste responsável pelos vários sorrisos que dei naquela manhã, que passou rápido demais… Não queria vir embora, não queria deixar-te nem aos pequeninos que te faziam companhia. Fizeste-me ter a certeza que é ali que eu pertenço, que é ali que eu quero estar e que desejo com todas as forças poder sorrir assim todos os dias. Quero ter sempre ao meu lado estes pequeninos pedacinhos de mundo, que são tão pequeninos mas tão fortes ao mesmo tempo. Quero poder aprender tudo o que puder e conseguir para vos fazer sentir melhor, quero poder admirar-vos todos os dias…
Não consigo descrever o que senti naquela manhã, mas só sei que tive a certeza que é ali que quero estar, que é aquilo que quero fazer…

Quando vim embora, ouvi mais uma vez o teu choro, tal como quando entrei… Era a tua despedida. Ainda nem tinha saído e já tinha saudades. Já tenho saudades. Quero poder voltar para lá o mais rápido possível… mas desta vez para ficar…

sábado, dezembro 10, 2005

Minha pequenina...



Faz com que a tua vida seja

sino que repique
ou sulco onde floresça e frutifique
a árvore luminosa da ideia.
Eleva a tua voz sobre a voz sem nome
de todos os demais, e faz com que ao lado do poeta se veja o homem. Enche o teu espírito de lume; procura o ponto mais alto da montanha e, se por entre esse caminho encontrares algum obstáculo ao teu intento, sacode a asa do atrevimento perante o atrevimento do obstáculo...




Porque é o teu aniversário, porque és especial e imprescindível… e porque te adoro

Parabéns minha pequenina***

Então... é Natal...!!



O Natal vai chegar… É anunciado em todo o lado e, finalmente, em minha casa também.



Sou um pouco como as crianças, e tenho um entusiasmo especial nesta época do ano. E este ano não foi excepção.

A árvore foi montada ao som das músicas de Natal que teimo em pôr em alto som na aparelhagem, e seguiu-se a mesa e o hall de entrada.



A música sempre no ar, risos e sorrisos nos rostos de todos e, este ano, até o Pai ajudou!



Foi um fim de tarde muito divertido, e espero repeti-lo até ao fim dos meus dias…




Aqui está o resultado, que não resisti a partilhar com vocês…



Espero que gostem, e que este Natal seja tudo aquilo que desejam…







* * * Beiju Natalício a todos *
* *

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Saudades...?




“ - … naquela altura em que não conseguia adormecer senti vontade de falar contigo… Isto é difícil de dizer ou explicar, mas acho que eram saudades…”



por aqui, entre dois braços abertos bate um coração maltês que se rende, que se dá, de vez… por amor.…

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Era uma vez...




... uma menina, que adorava ir ao Parque. Um dia, a mãe prometeu-lhe:
- Filha, amanhã vamos ao Parque.
A menina ficou muito entusiasmada. Era a primeira vez que ia ao Parque.
No dia seguinte, a menina acordou muito cedo, e foi chamar a mãe para irem ao Parque como ela lhe havia prometido. E assim foram.
Quando chegaram ao Parque, a menina correu para o baloiço. Começou a baloiçar, a baloiçar, cada vez mais alto. Estava quase a tocar o Céu. Nunca se tinha sentido assim, e largou as mãos para atirar um beijinho à mãe, lá de cima. E caiu… Subiu muito alto, chegou onde não pensava ser possível, viveu tudo naqueles instantes, mas caiu… Chorou, e a mãe foi a correr na sua direcção, abraçou-a, e disse-lhe:
- Pronto, não chores. Tudo vai ficar bem.
E a menina acalmou um pouco. Mas continuava a pensar na queda.
À noite, quando foi dormir, agarrou-se ao seu urso de peluche, e tentou adormecer. Mas não conseguia deixar de pensar como seria a próxima vez que voltasse ao Parque…



Hoje, o tempo passa devagar. Ouço a chuva a bater no vidro, o vento que ameaça levar tudo à sua frente. Tenho a televisão ligada, imensas folhas de fisiologia para ler, mas não consigo deixar de pensar em ti.
Porque também eu senti aquilo que nunca pensei ser possível, e… caí… e porque hoje me sinto essa menina, tenho muito medo de voltar ao “Parque”…)

Music Video:ANGEL (by Sarah McLachlan)

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