http://www.makepovertyhistory.org ...Memórias de um Sonhador...: outubro 2005
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...Memórias de um Sonhador...

* As memórias são como livros escondidos no pó... As lembranças são os sorrisos que queremos rever, devagar... Recordem, e Sonhem - porque "sempre que o Homem sonha, o Mundo pula e avança..." *

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Localização: Maia, Porto, Portugal

sexta-feira, outubro 28, 2005

Sei que estás aí em cima a olhar por mim...





Todos os dias pensamos em muitas pessoas… É normal virem ao nosso pensamento um chorrilho de nomes e de caras de pessoas que, por qualquer motivo, ficaram no passado. Colegas de escola, amigos, vizinhos, alguém que encontrávamos todos os anos.
Quando essas caras nos chegam, outra vez, à cabeça, apetece telefonar, encontrar, voltar a ver, conversar, recordar, ver como estão, o que fazem. Apetece reviver tudo outra vez. E era tão bom ter um reencontro desses…
Já passou um ano, mas não parece. Não sei se parece mais pela ausência, ou parece menos por tudo ter acontecido tão rápido, sem aviso nem razão… Mas um ano passou… É verdade, um ano passou…
Já me tinha esquecido porque é que cá tinha vindo parar. Porque havia sequer cá chegado um dia. Este ano passou tão lentamente, consumido pela saudade dos sorrisos, das brincadeiras. As memórias dormiam um sono aconchegante. Pareciam slides aos meus olhos.
Hoje, tenho um mundo em mim. Um mundo que a saudade fez crescer, que a saudade animou e aumentou. Foi a falta desses sorrisos, a profunda saudade de ti que me deu vida e coragem, que me fez amar e entregar-me aos outros.
Admirável saudade que existe, porque se ama sem limites…





Eram 17.56 quando o meu telemóvel tocou. Não sei porquê, mas arrepiei-me (talvez já pressentisse alguma coisa). Tinha uma mensagem, a dizer que tinha havido um acidente. Não percebi nada, mas fiquei aflita, e só não queria estar em casa sozinha.

Nessa noite não dormi, nem na noite seguinte, e nas outras fui dormitando, mas sempre de telemóvel na mão à espera de notícias. E de cada vez que ele tocava eu sobressaltava. Tinha muito medo do que pudesse vir a saber.
Um dia acordei, e vim à janela da cozinha. Eram 7.30h da manhã, e estava Sol. Pela primeira vez naquela semana esbocei um pequeno sorriso. Pensei que fosse um sinal de esperança, mas estava enganada. Era sexta-feira, dia 28 de Outubro de 2004.
Como de costume, preparei-me e fui para a escola. Mas, não sei bem porquê, não consegui tomar o pequeno-almoço. E saí de casa.
Cheguei à escola, e em vez da azáfama normal, notei um ambiente muito mais calmo. Esquisito. Discreto. Pesado. Arrepiei-me mais uma vez, e tive medo a cada passo que dava.
Subi as escadas, olhando sempre à minha volta. De repente, vejo a Fia a correr para mim, e ela disse, por meias palavras, aquilo que eu mais temia ouvir: tinhas-nos deixado nessa noite…
Naquele momento fiquei sem forças, e deixei cair os livros que tinha na mão. Assustei-me com o barulho. Os meus pés ficaram colados ao chão, e eu gelei de repente. Fiquei estática durante dois ou três minutos, e à minha volta tinha apenas silêncio. Não via nem ouvia nada nem ninguém, e a tua imagem não me saía da cabeça. E deixei cair uma lágrima. Depois dessa, muitas mais vieram, e chorei durante uns cinco minutos como nunca havia chorado antes… Depois, seguiram-se os telefonemas pois, mais uma vez não queria estar sozinha. Mas foi a última vez que falei nessa manhã. Não consegui dizer mais nada. Vi a tua mãe, o teu pai, o teu irmão, mas nada conseguia fazer senão chorar com eles. Custou-me tanto… Nunca tive tanta consciência do que era a morte, do que era perder alguém…

A partir daí, todos os dias me lembro de ti, todos os dias falo contigo, e todos os dias imagino como seria se eu me tivesse despedido de ti, se tu me tivesses visto uma última vez, como seria se ainda estivesses aqui comigo… E cai sempre uma lágrima, mas de seguida esboço um novo sorriso, pois tudo o que guardo de ti são memórias boas. Mas hoje não consigo… É mais forte que eu…

Se soubesses como sinto a tua falta…

Tenho tantas saudades…

domingo, outubro 23, 2005

Opções... difíceis...




Fazem-se opções a toda a hora. Virar á direita ou ir em frente, tomar um café ou comer um gelado, vestir preto ou riscas. Somos chamados todos os dias a fazer opções.
Independentemente da importância das coisas, a opção é sempre um passo difícil… por causa da dúvida.
A dúvida instala-se e a razão fica a perder. O discernimento vacila, a razão descai e a dúvida ganha. A dúvida é filha do enigma, mãe da incerteza e parente próximo da suspeita. Um espírito indeciso é inimigo da razão. A dúvida ofusca a alma e entope o raciocínio.
Por isso, sempre que a dúvida ensaia a sua presença, a razão deve recorrer a todos os seus alicerces, a todas as suas bases, para enfrentar a incerteza, para dissimular a hesitação. Só a razão pode comandar decisões. Só a razão pode limpar a dúvida. Só a razão deve reger o espírito sempre que a encruzilhada se põe à nossa frente. E aí sim, sabemos optar…
Mas eu vou falhando as pequenas coisas que me são solicitadas. Sinto que as ciladas se acumulam cada vez que falo. Preferi hoje o silêncio. A ausência de equívocos não é partilhável. No inegociável deste dia, destituo-me de palavras. O silêncio não se recomenda. Deixa-nos demasiado sós, visitados pelo pensamento…

E penso em tudo o que perdi, em tudo o que ganhei. Penso em tudo o que faço e naquilo que não posso fazer.

Penso em ti…

domingo, outubro 16, 2005

Um dia só teu...


Blog do André. Concerto dos Clã. Queima. Lau. Net. Rally. “Telhado de vidro”. “Question of Love”. Tuareg. Café na Praia. ESESJ.
Assim te conheci. Pequenos locais, pequenos momentos, pequenos encontros, grandes recordações… Por vezes é nas coisas simples, banais, inesperadas, que encontramos a magia de viver e sorrir, e percebemos a essência daqueles que estão perto de nós… Talvez mais importante do que pensamos ser possível…


“ Para mim não passas ainda de um rapazinho muito parecido com cem mil rapazinhos. E não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Para ti sou apenas uma raposa semelhante a cem mil raposas. Mas, se me cativares, teremos necessidade um do outro. Para mim serás único no mundo... E se me cativares, a minha vida ficara como que iluminada pelo sol. Conhecerei um ruído de passos que será diferente de todos os outros. Os outros passos fazem-me meter debaixo da terra. Os teus, chamar-me-ão para fora da toca como uma música. Eis o meu segredo. É muito simples: só se pode ver bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. É o tempo que perdeste com a tua rosa que torna a tua rosa tão importante. Os homens esqueceram esta verdade, mas tu não deves esquecer-te. Tornaste-te para sempre responsável por aquilo que cativaste. Tu és o responsável pela tua rosa…!!! "




Porque tudo o que me disseste, por tudo o que me mostraste, por tudo o que me ensinaste, e por tudo o que ficou por fazer… e porque mereces : Parabéns. E que sejas sempre imensamente feliz…



Beiju só para ti*

sábado, outubro 15, 2005

Sou Caloira do S. João...



Quarta-feira, 12 de Outubro de 2005. Recepito. Mais um dia inesquecível, como já tem sido hábito.
Faltam-me as palavras para tudo o que aconteceu naquela noite, para o significado que teve, para todo o companheirismo, carinho, amizade e o espírito que se viveu naquele espaço. Queria conseguir descrever, mas ficam as imagens de uma noite… inesquecível…



Obrigada*

sábado, outubro 08, 2005

Como uma flor vermelha...



À sua passagem a noite é vermelha,
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia.

Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.

Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresce
Como uma flor vermelha.

quarta-feira, outubro 05, 2005

Para ti... e por ti...




Queria estar mais presente neste dia, mas sabes que é porque não posso mesmo… Há coisas que não dependem só de nós, e esta é uma delas… Mas os verdadeiros amigos continuam connosco, mesmo que não estejam sempre presentes… Há coisas muito valiosas, que não devem ser esquecidas nem apagadas, e tu és uma delas…

Por tudo o que já vivemos e por tudo o que recordo, porque há muito muito mais a dizer, e porque hoje é o teu dia: PARABÉNS, e a certeza de que nunca te esquecerei…

E perdoa-me… ******

sábado, outubro 01, 2005

Mais um dia inesquecível...



Uma capa negra, uma voz, um brilhozinho nos olhos e muita experiência…
Tudo isto me cativou, e me fez pensar… Uma veterana, pronta a gozar os seus seis meses de veterania, foi praxar o “sangue novo” que à ESESJ foi parar!
Após os habituais “de 4”, ”de 21”,…, veio o momento da conversa, da partilha de opiniões e sentimentos. Falou-nos do orgulho que tinha naquela faculdade, naquele curso, em tudo o que aprendeu, em tudo o que ensinou, em tudo o que deu e recebeu, em tudo o que ali viveu. Tinha saudades daquele tempo, e disse-o com uma pequena lágrima que teimava em sair. E fez-nos um pedido:

" - Gritem com orgulho à vossa Escola, nunca tenham vergonha de dizer que são enfermeiros, pois são tão doutores como os médicos, os engenheiros, os professores, etc.… Nunca pensem que os enfermeiros são menos que os médicos, nem nunca se sintam envergonhados por não terem entrado em medicina, pois enquanto eles tratam doenças, nós tratamos pessoas. Ninguém mais está lá 24h sobre 24h senão os enfermeiros. Ninguém ouve desabafos, alegrias, tristezas senão os enfermeiros. Somos uma parte de todas aquelas pessoas, e temos uma responsabilidade enorme nos ombros – a de fazer os doentes sorrir. E a tristeza é a pior doença, e a mais difícil de curar… "

Não imaginam como isto me tocou… Não conseguia tirar os olhos daquela pessoa que ali estava à minha frente, a abrir o coração a pessoas que nem conhecia… Ouvi tudo com um sorriso nos lábios, como se estivesse a assistir a algo assim, fora do normal…

Ontem foi a abertura solene. Após alguns discursos de abertura e boas-vindas, foi a vez de as Tunas actuarem: a Tuna feminina e a TAESJ. Foi lindo. As músicas, a melodia, as emoções, os trajes e o orgulho que ali se via. Todo aquele ambiente, foi lindo. A TAESJ dedicou uma música aos caloiros, e outra às donzelas da sala, das quais nos foi permitido fazer parte! Nesta última, a tradição era os rapazes colocarem a sua capa em volta da namorada, o que foi feito por um dos tunantes. A música foi entoada num tom muito agradável, com as luzes apagadas e um ambiente muito bonito: e não conseguir conter uma lágrimas… Sim, chorei. De emoção talvez, não sei bem de quê, mas chorei…
Por momentos senti-me parte daquele mundo, pois batemos palmas e cantamos, todos numa só voz, todos juntos, no colectivo (como nos foi ensinado – sermos um grupo, e respondermos sempre no colectivo!)

Por isso, e para já, obrigada a todos os doutores que me têm praxado pois, apesar de tudo, estão a proporcionar-me os melhores momentos da minha vida…

Music Video:ANGEL (by Sarah McLachlan)

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