A Caminho do Fim...

Passo aqui de fugida para deixar os testemunhos de uma semana inesquecível… Sei que não vou conseguir ser fiel aos acontecimentos, é impossível sê-lo, mas tinha de marcar aqui no meu cantinho esta semana… indiscritível…
Está a chegar ao fim o ano que tanto gozo deu, e tenho de dizer isto já com alguma saudade… tudo aconteceu muito rápido, as coisas boas e as más, as alegrias e as tristezas, os aborrecimentos e as brincadeiras, o orgulho e a paixão… tudo passou a voar, e agora me apercebo disso… está a chegar ao fim (como um Trovador disse) o primeiro de quatro anos LINDOS… e vai deixar muita saudade…
Julgamento por aquilo que fomos e/ou não fomos este ano, um dos melhores jantares de que há memória, e inúmeros momentos especiais, únicos e cheios de emoção. Sim, sujamo-nos todos, Sim, a roupa foi para o lixo, Sim foi cansativo, mas valeu tanto a pena… Tanto… Todos juntos a gritar por ti S. João, todos juntos a saltar e a pensar numa única coisa – e só houve aquele momento, e foi só nosso… dos caloiros, Doutores e Veteranos da Sempre Nossa Mui Nobre Escola Superior de Enfermagem de S. João… ninguém mais percebe estes momentos senão nós, e é tão bom… é algo apenas nosso, que nos recordaremos todos daqui por muitos e muitos anos.
Olhei à minha volta e, ao ler o diploma que tinha na mão, passaram-me pela memória todos os momentos de sacrifício que passei, que passamos, tudo aquilo que eles me deram e como me fizeram crescer. Lembrei-me de todas as pessoas que viveram isso comigo, e de todas as outras que me ensinaram a compreender e a amar “um conjunto de valores e princípios que ajudam a formar homens e mulheres…” e olhei para o lado e lá estavas Tu, como sempre durante este ano… marcaste o meu dia, o meu ano de caloira e a minha vida para sempre… obrigada por me passares a paixão que tens em tudo, obrigada por me mostrares aquilo que de mais bonito existe, obrigada por partilhares comigo as melhores coisas da minha vida, da nossa vida… obrigada por TUDO…
Nunca me deixes, continua sempre a ensinar-me como tens feito até agora… tu e todos os outros que me receberam, e que quero que me levem até ao fim…


Depois de algum tempo aprende-se a diferença, a subtil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma, e começa-se a aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende-se a construir todas as estradas no hoje, porque o terreno amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em vão.
E aprende-se que não interessa o quanto nos importemos, algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita-se que, não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferir-nos de vez em quando, e nós precisamos perdoá-la por isso. E o que importa não é o que temos na vida, mas quem temos na vida.
Começa-se a aprender que não nos devemos comparar com os outros, mas com o melhor que podemos ser.
Descobre-se que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, para fazer aquilo que se quer fazer, e que o tempo é curto. Aprende-se que o tempo não é algo que possa voltar para trás e, portanto, temos de plantar o nosso jardim em vez de esperar que alguém nos traga flores...
E aprendemos que realmente podemos suportar... que realmente somos fortes, e que podemos ir muito mais longe depois de pensar que não podemos mais. E que realmente a vida tem valor, e que nós temos valor diante da vida!
As nossas dúvidas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.
E por vezes tentamos, e recebemos aquilo por que tanto lutamos. Por vezes recebemos isso no fim do tempo, no limite que estabelecemos para nós próprios, mas há algo que nos prende aos sentimentos, aos lugares, às pessoas… e é a esse algo que nos temos de agarrar, e pensar que vale a pena tentar… quem sabe se não valerá a pena? Quem sabe se não seremos surpreendidos? Quem sabe?... Mas se desistirmos, nunca saberemos…



Não desistam de mim, nem de nós… quero que as mesmas pessoas que estiveram ao meu lado quando entrei a olhar para o chão, estejam quando eu sair de cabeça erguida e cartola…
Obrigada por tudo…


(despeço-me com recordações, orgulho, saudade… e o arrepio e a lágrima que teimam em estar presentes…)


Ave Dux Escolasticus Praxis Tutti Te Salut

Ave Veteranorum Praxis Tutti Te Salut

Digníssimos, Excelentíssimos, Ilustríssimos, Sapientíssimos Senhores Doutores… Obrigada*