http://www.makepovertyhistory.org ...Memórias de um Sonhador...: novembro 2005
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...Memórias de um Sonhador...

* As memórias são como livros escondidos no pó... As lembranças são os sorrisos que queremos rever, devagar... Recordem, e Sonhem - porque "sempre que o Homem sonha, o Mundo pula e avança..." *

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Localização: Maia, Porto, Portugal

segunda-feira, novembro 28, 2005

Preocupação...


(clica na imagem que ela aumenta)



... porque temos a linha do metro a dois metros da entrada da Escola, porque vamos chegar atrasados às aulas por termos de esperar que o metro passe, e porque passam rumores de que a Escola pode fechar por falta de segurança..... :(

sexta-feira, novembro 25, 2005

VIII Sarau de Enfermagem...





Uma noite inesquecível…
Cada vez mais o Fado Académico mexe comigo, me arrepia, e provoca um brilho nos olhos e aquelas lágrimas que teimam em fazer das suas. Estava com uma sensação esquisita. Tinha "borboletas no estômago"! Todos estavam lindos, todos. Encheram o palco, e o coração de todos aqueles que lá estavam presentes de orgulho. Vi-te lá, olhaste para mim, vi um piscar de olho… Vi sorrisos em todos os rostos. E cantaram para nós, só para nós:


"Se ela me deixou, a dor,
É minha só, não é de mais ninguém.
Aos outros eu devolvo a dor
Eu tenho a minha dor.
Se ela preferiu ficar sozinha,
Ou já tem um outro bem.
Se ela me deixou,
A dor é minha,
A dor é de quem tem.

O meu troféu foi o que restou
É o que me aquece sem me dar calor.
Se eu não tenho o meu amor,
Eu tenho a minha dor.
A sala, o quarto,
A casa está vazia.
A cozinha, o corredor.
Se nos meus braços,
Ela não se aninha,
A dor é minha, a dor.

É o meu lençol, é o cobertor
É o que me aquece sem me dar calor.
Se eu não tenho o meu amor,
Eu tenho a minha dor
A sala, o quarto,
A casa está vazia.
A cozinha, o corredor.
Se nos meus braços,
Ela não se aninha,
A dor é minha, a dor... "

Guitarra, Contrabaixo, Bandolim, Estandarte, Pandeireta, Vozes, Capas Negras… e Orgulho… O bastante para tornar a noite de ontem numa noite inesquecível. O bastante para
provocar lágrimas de emoção e para reforçar a vontade de fazer parte daquela família… O orgulho de ser S. João, a beleza do fado académico pela vossa boca é algo único...

Tuna Académica de Enfermagem S. João…


segunda-feira, novembro 21, 2005

May the Force be with you...



Domingo… Mais um ciclo que chegou para se fechar…
Não foi fácil, mas teve de ser assim… Não aconteceu de um dia para o outro, e muito menos de ânimo leve. Desculpem se não conseguem perceber, desculpem se para vós isto não é aceitável, desculpem… por vos deixar… Mas sabem que se assim é… é porque tem mesmo de ser…
Domingo… Apesar de tudo, não poderia ter sido melhor. Conseguiram mostrar-me que são capazes de ir mais além, pelo vosso próprio pé… Lembrei-me do primeiro jogo, da primeira vez convosco, e de todos os bons momentos que passei. Olhei à minha volta e vi os meus Amigos – obrigada, do fundo do coração, por terem estado presentes. E senti-me… muito bem, numa casa que abandonei nesse mesmo dia. Domingo.
Domingo, houve a angústia de quem parte, e talvez a sensação de perda para quem fica. No peito fica a saudade e na memória… o momento da partida… Este é o "vai e vem" da vida - uns partem outros chegam. E assim a vida vai passando.
Este mundo é muito grande, e ainda falta muito a descobrir. Porque não arriscar?...
Peço-VOS que dêem o vosso máximo, peço-LHE que não desista delas. Peço-LHE que continue… pode valer ou não a pena mas, se desistir, nunca saberá…


(Recordo o primeiro jogo que fizemos, assim como recordo o último… Foi um domingo também. E tu estavas lá, na bancada, no meu primeiro jogo, como em muitos outros. Mas não no último……..)



Adeus não..... até breve*

segunda-feira, novembro 14, 2005

Um segundo... a mais...




Há uns dias ouvi uma notícia que me deixou a pensar. Era de manhã, bem cedo, ainda nem o Sol tinha nascido, e já eu estava a beber o meu leite quentinho, quando ouvi algo que me fez esboçar um sorriso. O primeiro sorriso do dia, logo pela manhã, bem cedinho!
Estudos da NASA revelaram que 2005 tem mais um segundo que os restantes anos. Um segundo…!! Já pensaram na quantidade de coisas que se podem fazer num segundo?



Pensem…



Não deixem este segundo a mais que nos foi dado passar ao lado. Gritem, chorem, cantem, digam às pessoas que amam o quanto gostam delas, pensem em algo ou alguém em que já não pensam há muito tempo, digam algo que ficou por dizer, façam aquilo que vos vier à cabeça ou, simplesmente, sorriam…
Mas vivam esse segundo, e vão ver que será diferente…

Um segundo pode fazer toda a diferença. Um segundo pode ser muito tempo.
Aproveitem-no…

sexta-feira, novembro 11, 2005

Não há coincidências...




- Estimado cliente: o veículo com destino Estádio do Dragão chegará dentro de breves momentos aos cais 1.

Assim começou a minha viagem em direcção a ti.

- Próxima Paragem: Senhora da Hora

9.10h. Cheguei. Abri o livro de Anatomia para enganar a ansiedade. 9.30h. Chegaste. Pontual e de carro lavadinho! Dois beijinhos, começamos a falar e não mais paramos…
Mais à frente encontramos uma paisagem fabulosa e, com o Sol a espreitar-nos de longe e o suave barulho da água a cair, tivemos uma conversa que nunca esquecerei. Só pensava "Como somos parecidas…" As palavras saíam sem darmos conta, tentamos perceber muitos “como?” e porquê?”, e naquele momento só existíamos nós debaixo daquele Sol, naquele enorme espaço que, de repente, ficou pequenino, do nosso tamanho, ficou a ser o nosso mundo.
O tempo voou, e era hora de almoço. Não resisti, e Anatomia ficou de fora hoje!! Não conseguia nem queria deixar-te. (Sérgio Godinho) Tava tão bom…
Por entre frango e delícias, a conversa continuou. Houve risos, memórias… e medos… Mas continuamos juntas. Côco, frutos do bosque e “ferrero rocher” adocicaram a conversa. Foi tão bom… Depois, o café, com canela e com pouco ou sem açúcar, anunciava o fim do nosso dia… E iniciamos a viagem de regresso. (Mafalda Veiga) Falamos do Gui e da Bianca, do S. Pedro e das mais variadas coisas que nos vinham à ideia. A conversa teimava em não parar! E ainda ficou tanto por dizer.
Finda a viagem, não queria ir-me embora. Definitivamente, o que é bom acaba depressa. Continuamos a falar, e eu a evitar a despedida. Ainda ouviste o S. Pedro, mas eu tinha mesmo de ir… Não queria, mas tinha mesmo de ir… Mais dois beijinhos, e a conversa terminou. E agradeci-te. Agradeci-te por um dos melhores momentos da minha vida…

quarta-feira, novembro 09, 2005

Porque é tarde, e estou cansada... sinto-me velha...





De súbito sabemos que é já tarde. Quando a luz se faz outra, quando os ramos da árvore que somos soltam folhas e o sangue que tínhamos não arde como ardia, sabemos que viemos e que vamos. Que não será aqui a nossa festa. De súbito chegamos a saber que andávamos sozinhos. De súbito vemos sem sombra alguma que não existe aquilo em que nos apoiávamos. A solidão deixou de ser um nome apenas. Tocamo-la, empurra-nos e agride-nos. Dói. Dói tanto! E parece-nos que há um mundo inteiro a gritar de dor, e que à nossa volta quase todos sofrem e são sós. Temos de ter, necessariamente, uma alma. Se não, onde se alojaria este frio que não está no corpo?
Rimos e sabemos que não é verdade. Falamos e sabemos que não somos nós quem fala. Já não acreditamos naquilo que todos dizem. Sabemos que aquilo que todos fazem conduz ao vazio que todos têm. Poderíamos continuar adormecidos, distraídos, entretidos. Como os outros. Mas naquele momento vemos com clareza que tudo terá de ser diferente. Que teremos de fazer qualquer coisa semelhante a levantarmo-nos de um charco. O tempo que nos resta é de aventura. E temos de andar depressa. Não sabemos se esse tempo que ainda temos é bastante. E de súbito descobrimos que temos de escolher aquilo que antes havíamos desprezado. Há uma imensa fome de verdade a gritar sem ruído, uma vontade grande de não mais ter medo, o reconhecimento de que é preciso baixar a fronte e pedir ajuda. E perguntar o caminho. Ficamos a saber que pouco se aproveita de tudo o que fizemos, de tudo o que nos deram, de tudo o que conseguimos. E há um poema, que devíamos ter dito e não dissemos. E o fundo de nós empurra para diante do nosso olhar aquelas coisas que fizemos e tínhamos tentado esquecer. Não as queremos, mas estão cá dentro. São obra nossa. Lutar contra nós mesmos era o que devíamos ter aprendido desde o início. Todo o tempo deve ser agora de coragem. De combate. Doravante o tempo é de buscar deveres dos bons. De complicar a vida. De dar até que comece a doer-nos. E, depois, continuar até que doa mais. Até que doa tudo. Não quero perder nem mais uma gota de alegria, nem mais um fio de sol na alma, nem mais um instante do tempo que me resta…

terça-feira, novembro 01, 2005

Para ti...






"Às vezes pensamos que o que fazemos não é senão uma gota de água no oceano...mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota…"



Porque não há coincidências… Porque tudo acontece por uma razão, porque algo te trouxe até mim ou me levou até ti, porque és muito parecida comigo, porque és doce, porque és única, porque és importante para mim, porque vejo em ti alguém em quem posso confiar, porque sem saber como nem porquê confidenciamos segredos, porque me sinto bem quando falo contigo, porque só te vi duas vezes mas adorei o teu sorriso, porque partilhamos preocupações, porque pensamos e sentimos algumas coisas da mesma forma, porque existem tantas coisas que não consigo explicar mas que me fazem ver em ti alguém muito especial… e porque adorei esta nossa conversa de hoje, deixo um beiju muito grande para ti, e o desejo de que sorrias muito e de que te sorriam sempre…

Obrigada por tudo linda*****




A long way to happiness...


Aqui me sentei, há bem menos que um par de horas, a rabiscar em papel alheio junto à mesa abandonada do bar da praia. E, debaixo deste Sol que teima espreitar por entre as nuvens, relembro aquilo que fui, medito naquilo que sou e sonho com o que anseio ser. E, sem dar por mim, começo a escrever...

Tenho seis anos e entro para a escola. Encontro meninos e meninas iguais a mim. Até meninos “ricos” havia naquela pequena sala. Algumas das melhores recordações que guardo são das histórias da professora Luísa, ao pé da lareira, e dos desenhos que lá fazia. E assim aprendia muitas das coisas que sei hoje. E, ali, a minha existência em mim era aquela eterna inocência das histórias, e FUI aquela imaginação que ficava carimbada no papel, lá no quentinho daquele fogo, ao pé da lareira. Mas cresci, e as histórias passaram a ser outras. Deixou de haver lareira, e as histórias passaram a escrever-se com números, ou mesmo em Inglês ou Francês. Anos passaram, os meninos como eu mudaram de atitude e fizeram das suas... e passaram. A professora Luísa “dividiu-se” em dez, mas essa dezena de pessoas continuou o seu legado. E eu aprendi mais algumas das coisas que sei hoje. E FUI as correrias para a fila do almoço, os “Good Moorning” e os “Merci Beaucoup” , e FUI toda a magia possível e imaginária daqueles anos... Mas o tempo não pára, e eu cresci novamente. E, num piscar de olhos, havia caído desamparada num mundo de “gente grande”. Agora, definitivamente, estava sozinha, entregue a mim, causa e consequência dos meus actos. Deparei-me com um mundo de decisões, de responsabilidades, de tarefas ; com um mundo de pessoas desconhecidas, meninos ricos e meninos pobres, uma roda-viva de emoções e sensações. E eu estava um pouco perdida. No entanto, acabei por encontrar o meu nome escrito num papel, colado na janela e com um A desenhado no topo. Havia encontrado o lugar onde pertencia. E durante três anos, segui o caminho desse mesmo A, por vezes sozinha e por vezes tendo ao lado outros como eu que, estando perdidos, encontraram o caminho no mesmo A do papel da janela. E agora dou comigo a chegar ao fim desse caminho, ao fim desses três anos, sozinha no mundo de todos. E percebo que aqueles três anos foram o caminho do sonho, que termina em frente a uma outra janela, agora maior, onde todos esperamos encontrar o nosso nome escrito. Mas, e alguns dos que me acompanharam ao longo deste ano como o Bolzano, o Pessoa, o Le Châtelier, o Freud ou mesmo o Lamarck , sabem tão bem como eu que o último pedaço do meu caminho, que é diferente do que eu pensava, ainda não está construído. E, tal como o peixe, eu estou a morrer na praia, e SOU toda a incerteza do que há a salvar e a condenar, do que há a perder e a ganhar. SOU a necessidade de agarrar o sonho que teima estar sempre um passo à minha frente, SOU o querer para chegar sem nunca alcançar. Mas SOU EU, e não posso ser mais ninguém... SOU fruto do que me ensinaram muitas professoras Luísas que passaram na minha vida. SOU toda esta aprendizagem que me fez crescer e chegar até aqui, e tenho de pular de alegria por tudo isto ou, pelo menos, ficar feliz por estar viva.
E assim, ao escrever há bem mais que um par de horas, penso que talvez preferisse não crescer para não ter de enfrentar tantas lutas, tantas provas, tantas desilusões... e ter de levantar a cabeça. Talvez trocasse toda esta azáfama, que me deixa sem tempo nem energia para mais nada, por toda aquela inocência das histórias. Mas também penso se trocaria essa paz pela ambição de ver o meu nome escrito naquela janela, por poder fazer aquilo que mais amo... E aí paro, penso novamente, e digo: NÃO!! E agradeço... pois talvez a minha vida não tivesse sentido se toda ela fossem histórias e desenhos contados e criados ao pé da lareira...



( Algo que escrevi há algum tempo, sem saber bem como nem porquê…
Porque hoje tenho saudades, porque tenho medo, porque cresci, e porque tenho um longo caminho a percorrer… )

Music Video:ANGEL (by Sarah McLachlan)

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