http://www.makepovertyhistory.org ...Memórias de um Sonhador...: setembro 2005
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...Memórias de um Sonhador...

* As memórias são como livros escondidos no pó... As lembranças são os sorrisos que queremos rever, devagar... Recordem, e Sonhem - porque "sempre que o Homem sonha, o Mundo pula e avança..." *

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Localização: Maia, Porto, Portugal

quarta-feira, setembro 28, 2005

:(




“Uma vez amei… Julguei que me amariam, mas não fui amada.
Não fui amada por uma única razão – porque não tinha de o ser…”

Alberto Caeiro

terça-feira, setembro 27, 2005

A vida é sempre mais forte que nós...



Ontem…
Com medo de atrasos, saí de casa às 7.20h pois tinha de estar na Faculdade às 7.59h – ordem dos Senhores Doutores! Então, bem cedo, eu e a Mimi pusemos mãos a obra e lá fomos nós para a ESESJ!
Quando lá cheguei, olhei à minha volta, a tentar perceber bem onde me encontrava. Era um cenário diferente, nada habitual para mim, e não encontrei as pessoas que encontrava, até hoje, todos os dias.
Começou a Praxe: a chamada, as boas-vindas, e o sofrimento. Cantei, gritei, saltei, e fiz tudo aquilo que nunca pensei fazer. Foi lindo! “De 4”, ”de 5”, ”de 21”, “Olhar pó chão” foram algumas das frases mais ouvidas, e “Sim Senhor Doutor” a frase mais dita. Foi um dia em cheio, em que cantei a plenos pulmões e, o mais importante, diverti-me imenso. Não direi mais da praxe, pois teria de estar aqui uma eternidade, e não ficaria tudo dito. Deixo apenas duas coisas: digo que recomendo a todos que, pelo menos, experimentem, e digo que me lembrei muito dos meus amigos hoje – como queria que estivessem lá, e como queria partilhar tudo isso convosco…

Hoje: Praxe à mesma hora, outras caras, menos caloiros, mais música, mais diversão… Tudo aquilo que aconteceu no primeiro dia se repetiu. Mais músicas novas, mais conhecimentos, mais memórias para guardar muito bem…
À tarde, recepção no anfiteatro com a Coordenadora de Curso, Presidente do Conselho Directivo e afins. Bem-vindos à Escola, espero que gostem, o curso é assim e assim (as coisas do costume) foi o que ouvi nos primeiros minutos. Depois, o Presidente veio cumprimentar-nos, e deu-nos a conhecer vários aspectos relativos ao Curso e à ESESJ: estatísticas, conhecimentos gerais, avaliações, etc… E disse algo que me fez pensar: falou da alta taxa de abandonos que havia no curso, pois a maioria tentaria ingressar em Medicina no fim do primeiro ano. Contudo, o Presidente pediu-nos algo como dar uma oportunidade ao curso, assimilar a componente humana que iremos aprender este ano, e aí veríamos que seríamos muito melhores médicos… Aquilo ficou na minha cabeça, mas não sei bem porquê… Contudo, terminou o discurso com algo muito simples, que ainda agora tenho presente, e que me faz pensar ainda mais, e tentar perceber e sentir mais ainda aquilo que estou a aprender e vou aprender este ano:

“ - Este é um curso muito importante. Vocês saem daqui e vão trabalhar, já têm o estágio. Vão lidar com pessoas a morrer e, no minuto seguinte, outras a nascer. E, com 21 anos, vão ter essa enorme responsabilidade em cima dos ombros…
Por isso, aproveitem tudo muito bem, e aprendam tudo o que todos temos aqui para vos dar. Afinal, a vida é sempre mais forte que nós, nunca se esqueçam…. ”



Foram os meus primeiros dias, e já sinto que quero lá estar durante muito e muito tempo…

sábado, setembro 24, 2005

Recomeçar...


Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras.
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta - por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.

Sonoro e profundo,
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.

E dormem mil gestos nos meus dedos...

Desligadas dos círculos funestos,
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos.
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.

Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.

quarta-feira, setembro 21, 2005

O primeiro dia...


Às vezes acontecem coisas que não percebemos, mas talvez porque têm mesmo de ser assim: sem explicação nem razão de ser.
Durante anos e anos desejei conquistar um sonho que agora vi sair-me debaixo dos pés. O meu sonho sempre foi a Pediatria. Poder cuidar daqueles pequenos pedacinhos de inocência e magia que são as crianças. Sempre me imaginei e sempre quis com toda a força poder ajudá-las, brincar com elas, animar o seu dia, e fazer tudo por tudo para que elas pudessem ter mais um dia para brincar, para serem saudáveis, e para poderem sempre dar mais um sorriso.
Dia 19 de Setembro de 2005 foi o dia 1. Como se diria no “Casablanca”, foi o primeiro dia do resto da minha vida. Antes, passei pelo hospital e, pela primeira vez o meu corpo tremeu. Mas tremeu de uma forma agradável. Não sei explicar porquê, mas senti-me bem.
No entanto, a primeira coisa que vi foi um senhor, já com uma certa idade, deitado na maca, no corredor. Tinha uma expressão triste, e apeteceu-me ir lá falar com ele. Mas não fui, achei que não podia nem devia… Todos passavam por ele, mas ninguém parava. Parecia indiferente. Contudo, houve um enfermeiro que parou, e falou com o senhor. Perguntou-lhe se precisava de alguma coisa, mas o senhor não falava. Não disse nada, mas sorriu. E o enfermeiro sorriu de novo, e disse para um colega:
“ - Vês? Não é preciso ser médico para saber tratar as pessoas! Já ganhei o dia!”
E aquilo ficou na minha cabeça.
De repente, dei por mim sentada num espaço que me parecia surreal. Tu estavas ao meu lado, e tu e tu também. E, sem saber como, eu estava ali, na Faculdade, de papéis na mão pronta a comprometer-me com um novo ano. E aí pensei em tudo o que poderia fazer, e pensei naquilo que havia visto, ouvido e, principalmente, sentido momentos antes naquele hospital. Senti que iria gostar de estar ali, senti que pertencia ali, senti que devia dar o meu máximo para poder um dia fazer aquele mesmo trabalho, e receber aquele sorriso. Não sei bem explicar porquê, mas aquele gesto fez-me pensar, repensar, e talvez agradecer. E pensar que por vezes os caminhos mais correctos são aqueles pelos quais não pensamos seguir…

domingo, setembro 18, 2005

... the end...




I was a fool to believe.
A fool to believe.
It all ends today,
Yes it all ends… today…



Today is the day when dreaming ends…

sábado, setembro 17, 2005

17 Setembro de 2004




Um dos melhores dias da minha vida…

Dava tudo para poder repeti-lo… Viver tudo aquilo só mais uma vez…

domingo, setembro 11, 2005

11 de Setembro...


O tempo passa, mas nada se apaga da memória…


Nessa noite, fiz a minha primeira “directa”, e de manhã estava de rastos. Então, deitei-me no sofá da sala e liguei a televisão para me entreter enquanto esperava o João Pestana. Em todos os canais via as mesmas imagens: aviões, torres, explosões, fumo, gritos, desespero, lágrimas… A aflição de milhares de pessoas foi vista por todo o mundo.
Num ápice, dezenas de metros de altura se prostraram em terra, sem como nem porquê. Naquela altura, só havia uma confusão enorme em Nova Iorque, e um silêncio ensurdecedor no resto do mundo. E eu não consegui dormir…
Como é possível? Como se explica o que aconteceu? Qual a justificação para tudo aquilo? Perderam-se centenas e centenas de vidas, outras tantas perderam o seu emprego, … Naquele dia perderam-se filhos, filhas, pais, avós, tios, namorados, maridos, … Perderam-se vidas inteiras, desmoronaram-se famílias, e tudo porquê? Por uma questão de rivalidade? Por dinheiro? Não sei, mas como muita coisa neste mundo, não tem explicação…
Hoje, passam imagens que ainda nos fazem parar em frente ao televisor, e relembrar tudo o que aconteceu, e dar graças a Deus por nenhum de nós estar lá, e por aqueles que amamos terem ficado perto de nós.
Hoje, muitas pessoas choram a perda daqueles que fizeram daquele o seu último dia de vida. Muitas famílias têm agora menos um lugar à mesa, menos um “bom-dia” para receber, muitas crianças não têm agora quem lhes aconchegue os lençois e lhes dê um beijo de boa noite…
Resta-nos deixar um momento de silêncio...



e uma flor para aqueles que partiram no dia 11 de Setembro, e que hoje estarão dispersos por este Céu imenso que nos observa todos os dias… Sim, porque eu ainda acredito naquilo que o meu Pai me disse uma vez: que as pessoas quando morrem vão para o Céu, tomar conta do nosso sono, e por isso nele vemos tantas estrelas… A minha avó faz isso, e eu acredito que estas pessoas o façam também…

Sem nada que possa fazer, fica apenas, e mais uma vez, o meu silêncio…


domingo, setembro 04, 2005

Porque tem de ser assim...



Por vezes paro e penso: como sou egoísta… Acho que tenho muitos problemas, e depois vejo que não é bem assim. No fundo, talvez seja uma sortuda…
Desculpem por pensar assim. Desculpem mesmo… Acabei por perceber que nem tudo pode correr bem à primeira vez, e que todas as grandes caminhadas começam por um primeiro passo.
E tenho de me agarrar com todas as forças que tenho, tenho de me agarrar á vida, e lutar até ao fim. Porque como Alguém me disse: ás vezes tem de se dar um passo atrás, para dar dois em frente...!
Por mais frágil que possa ser, tenho de me agarrar à vida, porque tudo na vida é assim: árduo, duro, mas mágico…

Obrigada a todos…

sexta-feira, setembro 02, 2005

Hoje... chorei...



Hoje chorei…
Já não chorava há muito tempo.
Relembrei tudo aquilo com que sempre sonhei,
Relembrei tudo aquilo que me fez lutar
Relembrei tudo aquilo que sempre desejei.
Relembrei tudo aquilo que perdi…
E chorei.
Já não chorava há muito tempo.

Mas hoje chorei.
Não consegui parar.
E ainda agora não consigo.
Não agora.
Não hoje.

Estou tão cansada de ser eu………

Music Video:ANGEL (by Sarah McLachlan)

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