http://www.makepovertyhistory.org ...Memórias de um Sonhador...: agosto 2005
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...Memórias de um Sonhador...

* As memórias são como livros escondidos no pó... As lembranças são os sorrisos que queremos rever, devagar... Recordem, e Sonhem - porque "sempre que o Homem sonha, o Mundo pula e avança..." *

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Localização: Maia, Porto, Portugal

quarta-feira, agosto 31, 2005

Viagem...




Aparelhei o barco da ilusão,
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho,
E traiçoeiro o mar...
Só nos é concedida
Esta vida que temos,
E é nela que é preciso
Procurar o velho paraíso
Que perdemos.
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais,
À paz tolhida,
Desmedida.
A revolta transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar…

Eu não quero saber onde estou,
Apenas quero saber quem sou.
E irei confiar no mar.
E irei correr para chegar
Mesmo sem nunca alcançar.
Mas irei…
Irei viver…

domingo, agosto 28, 2005

***

by me…



Uma flor para cada um de vocês…

terça-feira, agosto 23, 2005

Siddharta...


“ Ao mesmo tempo que se colocou perto do samana, com a alma concentrada, prendeu no seu olhar o olhar do velho, encantou-o, deixou-o mudo, deixou-o dominado, a sua vontade submergiu-o, obrigou-o silenciosamente a fazer o que ele desejava. O ancião emudeceu, os seus olhos ficaram muito abertos, a sua vontade paralisada, os seus braços pendentes, impotente perante o encantamento de Siddharta. Os pensamentos de Siddharta venceram os do samana, que teve de fazer o que lho foi ordenado, e partiram.
Já a caminho disse Govinda:
- Siddharta, tu aprendeste com os samanas mais do que eu supunha. É difícil, muito difícil, encantar um velho samana. Creio que se tivesses ficado com eles, em breve terias aprendido a caminhar sobre a água.
- Não ambiciono caminhar sobre a água – disse Siddharta. – Deixa que os velhos samanas se contentem com tais habilidades!

Govinda fez uma profunda vénia, as lágrimas corriam-lhe pelo rosto velho sem que ele as sentisse, o sentimento de um amor efusivo, de adoração humilde, queimava como fogo no seu coração. Fez uma profunda vénia, até ao chão, perante aquele que permanecia sentado, impassível, e cujo sorriso lhe recordava tudo o que jamais amara na sua vida, tudo o que na sua vida lhe fora querido e sagrado. “

Porque talvez tenha um pouco de mim…

ObrigadA… e Parabéns*

segunda-feira, agosto 22, 2005

Bela simplicidade...



" Este seu olhar
Quando encontra o meu
Fala de umas coisas
Que eu não posso acreditar.
Doce é sonhar,
É pensar que você
Gosta de mim
Como eu de você!
Mas a ilusão,
Quando se desfaz,
Dói no coração
De quem sonhou,
Sonhou demais.
Ah! Se eu pudesse entender
O que dizem os teus olhos... "

Uma guitarra e um poema de Tom Jobim captaram toda a minha atenção. Graças a Ti!

Obrigada!

sábado, agosto 20, 2005

Invicta...




Era noite. 23.34h da última vez que olhei para o relógio antes da grande caminhada. Estava uma noite amena, sem Estrelas no Céu, mas com a grande Lua amarela a tomar conta de nós. Éramos oito, mas depressa ficamos seis. Mas a viagem continuou. Partilhamos risos e sorrisos, histórias e opiniões, momentos bons e inesquecíveis. Foi uma noite fantástica, e depressa nos tornámos amigos e companheiros de jornada. Caminhávamos por entre rua e ruelas, sempre com a nossa Ribeira ali ao pé, e o Douro a acompanhar o nosso passo. Parávamos, ríamos, soava o barulho da máquina fotográfica e o flash iluminava os nossos rostos. E bebíamos um shot.
O Douro teimava em nos acompanhar, e a viagem continuou. Juntos passamos uma noite maravilhosa, em que tudo estava perfeito, e como não podia deixar de ser, a Ribeira tornou-se aquele local idílico que só ela sabe ser. E caminhamos, registando na memória a autenti
cidade da nossa Invicta.

Era noite. Foi a noite. A noite de ontem… Vamos voltar…

Já tenho saudades…

quarta-feira, agosto 17, 2005

Paixão...


Não há nada igual. É de uma força tão grande, é de uma velocidade tão forte, é de uma determinação tão violenta. A paixão chega, entra, domina e… e dói.
Quando ela chega, o estômago fica leve e todo o corpo se deixa transportar, sem limites, suspenso, dormente… o coração grita, desordenado e forte. Os olhos vêem mais, os ouvidos percebem melhor e o cheiro vive.
A paixão chega sempre tarde, mesmo quando ainda é cedo. A paixão é querer. É querer estar lá, só lá, sempre lá, ao pé, colado, junto, sempre junto, sem perder tempo. A paixão é viver mais depressa… a paixão enche, preenche, transborda. A paixão é dar, entregar, oferecer.
A paixão não tem responsabilidade, não presta contas, não faz relatórios, vive por si e de si. Não tem horário. Não descansa, não dorme, não toma decisões, não se controla. A paixão vive e não há nada a fazer. Ninguém a vence, ninguém lhe ganha, ninguém a derrota.
A paixão é tão forte, tão inabalável, tão quente e doce, tão nossa, tão indefinível, inexplicável… intensa…

Estou apaixonada pela profissão que sempre sonhei. É esta paixão que não me deixa dormir, que me recorda o sorriso de todas aquelas crianças, que me faz lutar, que me faz acreditar… que ainda me faz viver…

sexta-feira, agosto 12, 2005

Luz de Velas...



A luz da vela, ténue, tímida, frágil e acanhada, a cintilar, tão delicada, oferece uma ambiente tão reconfortante, tão doce, tão quente, tão admirável.
São pequenos pedacinhos de luz, enigmáticos, misteriosos, que tremem em pequenas chamas onde as quisermos presentes…
Luz que me envolve, acalma e protege. Luz que brilha, me rodeia e ilumina.

Luz… não me abandones…

quinta-feira, agosto 11, 2005

A Ti... Criança...



A ti.
A ti, velha paixão.
A ti, que me mostraste a vida.
A ti, que me ajudaste a ver mais.
A ti, que me olhaste.
A ti, que me ensinaste a olhar.
A ti, que me ofereceste serenidade para eu me encontrar.
A ti, que me deste a mão e me devolveste o meu eu e me mostraste a vida.
A ti, que não procurei, mas encontrei.
A ti, que me obrigaste a ver-me, a ler-me, a perceber-me.
A ti, que me deste a sonhar-me.
A ti, que me puseste a sentir e me entregaste a tua felicidade.
A ti, que me recordaste quase tudo o que tinha esquecido.
A ti, meu eu descoberto, minha consciência aberta.
A ti, minha alma irmã, minha grande certeza.
A ti, a quem anseio poder sorrir.
A ti, meu apoio, meu pilar, minha força, meu ânimo.
A ti, que ris comigo e choras comigo, que me abrigas e me picas, me orgulhas e me falas verdade.
A ti, que fazes parar o mundo, e me fazes admirar-te.
A ti, com quem sempre quero viver e dar-me, por inteiro.
A ti, minha metade encontrada, quero dedicar um bocado do mundo admirável que consigo ver…

sábado, agosto 06, 2005

Ontem...

… começou a longa jornada…




Foi início daquilo que será a minha vida daqui em diante: uma longa caminhada em busca do sonho, que vai custar bastante, pela demora, pela ansiedade mas, sobretudo, pela distãncia… Sinto que corro à maior velocidade que consigo, mas Ele corre ainda mais rápido. Passam 30 minutos, e já dei um passo, mas Ele já andou um quilómetro… Será que o vou conseguir apanhar?
Agora tenho 44 dias para pensar bem em como será a minha vida daqui em diante, seja qual for o meu caminho… Ontem foi o primeiro, e vi uma imensidão de gente em busca do seu sonho, de papéis na mão e pensamentos confusos, indecisões e inseguranças, e boa disposição a disfarçar todo o nervosismo. Foram cinco horas ao sol, foi o culminar de três anos de trabalho intenso, desgastante, foram sorrisos perdidos, momentos que passaram por mim, foi falta de tempo para fazer aquilo que mais gostava e para me entregar às pessoas que mais amava. Talvez agora vá pagar o preço por tudo isto…
São 44 dias a partir de hoje, são dias de espera, de fé… daquela réstia de esperança que teima em me perseguir. Para mim serão 44 dias de sofrimento, de desejar acima de tudo ver o meu nome escrito naquela janela, no curso que amo e que seria a coisa que me faria mais feliz. Serão 44 dias em que, tal como agora, irei ficar com o coração apertado, que me sentirei do tamanho de uma ervilha, em que sonharei todas as noites com os sorrisos de todas aquelas crianças que eu queria ter ao pé de mim, poder cuidar, proteger, poder dar-me com tudo aquilo que tenho…
Quero que a noite chegue depressa, para poder voltar a sonhar…

Ontem cheguei tarde, e já tinha imensa gente à minha frente. Fiquei no fim da fila, perto do portão de saída. Será que vai ser sempre assim? Será que vou chegar sempre tarde, será que vou ter sempre gente à minha frente, será que vou ficar sempre e cada vez mais perto da saída?

… … …

sexta-feira, agosto 05, 2005

Porque não há mais para dizer...


“ Os Homens são como as ondas: quando uma geração nasce, a outra declina…”

Porque há alturas em que as palavras são poucas e teimam em não querer sair-nos da garganta, fica apenas a certeza de que estaremos sempre aqui para ti. Hoje e sempre. Tu sabes que sim…
Muita Força…

Mamã...


Por que és a razão de eu estar aqui: Parabéns… e Obrigada


"Mamã,
Agradeço-te por tudo aquilo que sou
E agradeço-te por tudo aquilo que não sou.
Perdoa-me pelas palavras que ficaram por dizer,
E pelos tempos
Que eu esqueci.

Mamã,
Recorda toda a minha vida,
Todos os momentos em que me mostraste o amor,
E te sacrificaste.
Pensa naqueles tempos que vivemos…
E como eu mudei
Ao longo do tempo…

E eu sei que acreditaste,
E eu sei que tiveste sonhos.
E lamento que tivesse levado tanto tempo para veres
Que eu estou onde estou por tua causa…
E eu sinto a tua falta, preciso tanto de ti…

Mamã,
Perdoa-me por todas as vezes que choraste
Perdoa-me por não ter feito as coisas de forma correcta,
Por todas as tempestades que eu possa ter causado…
E eu estava errada.

Seca os teus olhos…

Mamã,
Espero que isto se faça sorrir.
Espero que estejas feliz com a minha vida,
E em paz com cada escolha que fiz.
Como eu mudei
Ao longo do tempo…

E eu sei que acreditaste,
E eu sei que tiveste sonhos.
E eu devo tudo a ti.
Mamã…

Mamã…”

Il Divo – Mama

terça-feira, agosto 02, 2005

Patch Adams - O Amor é Contagioso...


O filme relata a história de um homem com tendência suicida que, na ala psiquiátrica onde se interna, descobre um sentido para a vida: ajudar o próximo. Nesta busca do outro, ele decide fazer o curso de Medicina. Na faculdade, entra em choque com a burocracia e, principalmente, com a filosofia de ensino defendida pelo professor-reitor. O paciente submete-se à autoridade do médico, o que atesta o seu poder. Como o poder causa dano, a solução apregoada pelo reitor para evitar ou minorar as consequências é a recusa dos sentimentos e a valorização absoluta da objectividade científica. Nesta perspectiva, a tarefa dos professores é desumanizar os futuros médicos, isto é, recusar-lhes o status de humanos (com suas paixões, sonhos, fraquezas e dilemas), e transformá-los em médicos. A relação deixa de ser uma relação entre humanos e passa a ser uma relação sujeito-objecto, do médico com a doença. Os doentes são desumanizados, anulados na sua identidade e transformados num número da ficha hospitalar, num caso a ser estudado, diagnosticado e tratado.
Todos os dias, milhares de pessoas se submetem ao Deus criado pela humanidade: sua santidade, o cientista. O seu santuário localiza-se nos edifícios dos modernos laboratórios, hospitais e universidades. Em todos os lugares, encontramos o especialista, guardião do conhecimento científico, o qual, pretensamente, tem resposta para todos os males que afligem a humanidade.
Os estudantes, por exemplo, ficam extasiados com a erudição do mestre. Em certas circunstâncias, quanto mais incompreensível for o discurso do professor mais ele parecerá inteligente. Em geral, passa despercebido o facto de que a instituição universitária legitima o discurso professoral: o docente não precisa saber, mas sim aparentar que sabe.
Imagine-se no lugar da criança submetida à arrogância professoral, do estudante sacrificado no templo dos pequenos profetas, ávidos e autoritários; imagine-se nos corredores de um hospital, submetido à autoridade dos médicos e burocratas e sem outra opção a não ser esperar e esperar...

(é difícil…)


No filme, Patch vê cortarem-lhe as asas, pois não o deixam concretizar o seu sonho: formar-se em medicina. Ele decide lutar por ele a todo o custo, e leva o caso ao Conselho de Alunos e Professores. Patch defende o seu sonho com unhas e dentes, abre o coração a todos, e conclui o filme com um discurso brilhante:

- Vivo com pessoas que vão e vêem quando lhes apetece, e ofereço toda a ajuda que posso. Todos os que lá vão são doentes, mas todos os que lá vão são também médicos. Quem lá aparece precisa de alguma ajuda física ou mental – são doentes. Mas quem lá aparece fica encarregue de outra pessoa, seja a cozinhar, a limpar ou simplesmente a ouvir – assim, tornam-se médicos. Quem ajuda não é médico? Desde quando é o termo tratado com reverência? Em que altura da história passou o médico a ser mais que um amigo sábio que visitava e tratava os enfermos?
Se exercer medicina significa abrir a porta a quem precisa e sofre, gostar das pessoas, ouvi-las… Se isso é exercer medicina, então sou culpado.

- E se algum dos seus doentes morresse?

- O que tem a morte de tão importante? De que temos tanto medo? Porque não tratamos a morte com diginidade, com humanidade, e porque não com um pouco de humor? A morte não é um inimigo. Se vamos combater doenças, combatamos uma das mais feias – a indiferença. Falam de transferência e de distância profissional. A transferência é inevitável. Todo o ser humano tem impacto noutro. Porque não queremos isso numa relação médico-doente? Acho os vossos ensinamentos errados. A missão de um médico deveria ser não só evitar a morte mas também melhorar a qualidade de vida do doente.
Esta sala está cheia de estudantes de medicina. Não deixem que vos anestesiem para o milagre que é a vida. Reverenciem sempre o glorioso mecanismo do corpo humano. Concentrem-se nisso e não em altas notas, não são elas que ditam que tipo de médicos serão. Não esperem pela enfermaria para recuperar a humanidade. Exercitem-se. Falem… Falem com estranhos, com amigos, telefonem ao acaso, falem com todos. E sejam amigos daquelas pessoas incríveis, os enfermeiros, que vos podem ensinar, que lidam com toda a gente e têm muitos conhecimentos para partilhar convosco. Assim os mestres respeitam os que ainda sentem. Partilhem da compaixão deles.
Eu quero ser médico do fundo do meu coração. Quero ser médico para servir os outros. E, por causa disso, perdi tudo. Mas ganhei tudo também. Partilhei a vida dos doentes, do pessoal do hospital. Ri com eles, chorei com eles. É isto que quero fazer da minha vida. E, com Deus como testemunha, seja qual for a vossa decisão hoje, tornar-me-ei o melhor médico que o mundo já viu. Podem impedir-me de me formar, podem impedir-me de receber o título e a bata branca, mas não podem controlar o meu espírito. Não podem impedir-me de aprender, nem de estudar. Têm uma opção: ter-me como coelga de profissão ou como um estranho sincero e decidido. Seja como for, serei visto como um espinho. Mas uma coisa vos garanto: sou um espinho que não desaparecerá…

- É tudo?

- Espero bem que não… “


Moral da história:


Patch Adams transporta dentro de si uma chama que espero que se espalhe pela classe médica como um rastilho… e espero que me essa chama me possa aquecer também – dava tudo por isso…

Music Video:ANGEL (by Sarah McLachlan)

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