terça-feira, agosto 02, 2005

Patch Adams - O Amor é Contagioso...


O filme relata a história de um homem com tendência suicida que, na ala psiquiátrica onde se interna, descobre um sentido para a vida: ajudar o próximo. Nesta busca do outro, ele decide fazer o curso de Medicina. Na faculdade, entra em choque com a burocracia e, principalmente, com a filosofia de ensino defendida pelo professor-reitor. O paciente submete-se à autoridade do médico, o que atesta o seu poder. Como o poder causa dano, a solução apregoada pelo reitor para evitar ou minorar as consequências é a recusa dos sentimentos e a valorização absoluta da objectividade científica. Nesta perspectiva, a tarefa dos professores é desumanizar os futuros médicos, isto é, recusar-lhes o status de humanos (com suas paixões, sonhos, fraquezas e dilemas), e transformá-los em médicos. A relação deixa de ser uma relação entre humanos e passa a ser uma relação sujeito-objecto, do médico com a doença. Os doentes são desumanizados, anulados na sua identidade e transformados num número da ficha hospitalar, num caso a ser estudado, diagnosticado e tratado.
Todos os dias, milhares de pessoas se submetem ao Deus criado pela humanidade: sua santidade, o cientista. O seu santuário localiza-se nos edifícios dos modernos laboratórios, hospitais e universidades. Em todos os lugares, encontramos o especialista, guardião do conhecimento científico, o qual, pretensamente, tem resposta para todos os males que afligem a humanidade.
Os estudantes, por exemplo, ficam extasiados com a erudição do mestre. Em certas circunstâncias, quanto mais incompreensível for o discurso do professor mais ele parecerá inteligente. Em geral, passa despercebido o facto de que a instituição universitária legitima o discurso professoral: o docente não precisa saber, mas sim aparentar que sabe.
Imagine-se no lugar da criança submetida à arrogância professoral, do estudante sacrificado no templo dos pequenos profetas, ávidos e autoritários; imagine-se nos corredores de um hospital, submetido à autoridade dos médicos e burocratas e sem outra opção a não ser esperar e esperar...

(é difícil…)


No filme, Patch vê cortarem-lhe as asas, pois não o deixam concretizar o seu sonho: formar-se em medicina. Ele decide lutar por ele a todo o custo, e leva o caso ao Conselho de Alunos e Professores. Patch defende o seu sonho com unhas e dentes, abre o coração a todos, e conclui o filme com um discurso brilhante:

- Vivo com pessoas que vão e vêem quando lhes apetece, e ofereço toda a ajuda que posso. Todos os que lá vão são doentes, mas todos os que lá vão são também médicos. Quem lá aparece precisa de alguma ajuda física ou mental – são doentes. Mas quem lá aparece fica encarregue de outra pessoa, seja a cozinhar, a limpar ou simplesmente a ouvir – assim, tornam-se médicos. Quem ajuda não é médico? Desde quando é o termo tratado com reverência? Em que altura da história passou o médico a ser mais que um amigo sábio que visitava e tratava os enfermos?
Se exercer medicina significa abrir a porta a quem precisa e sofre, gostar das pessoas, ouvi-las… Se isso é exercer medicina, então sou culpado.

- E se algum dos seus doentes morresse?

- O que tem a morte de tão importante? De que temos tanto medo? Porque não tratamos a morte com diginidade, com humanidade, e porque não com um pouco de humor? A morte não é um inimigo. Se vamos combater doenças, combatamos uma das mais feias – a indiferença. Falam de transferência e de distância profissional. A transferência é inevitável. Todo o ser humano tem impacto noutro. Porque não queremos isso numa relação médico-doente? Acho os vossos ensinamentos errados. A missão de um médico deveria ser não só evitar a morte mas também melhorar a qualidade de vida do doente.
Esta sala está cheia de estudantes de medicina. Não deixem que vos anestesiem para o milagre que é a vida. Reverenciem sempre o glorioso mecanismo do corpo humano. Concentrem-se nisso e não em altas notas, não são elas que ditam que tipo de médicos serão. Não esperem pela enfermaria para recuperar a humanidade. Exercitem-se. Falem… Falem com estranhos, com amigos, telefonem ao acaso, falem com todos. E sejam amigos daquelas pessoas incríveis, os enfermeiros, que vos podem ensinar, que lidam com toda a gente e têm muitos conhecimentos para partilhar convosco. Assim os mestres respeitam os que ainda sentem. Partilhem da compaixão deles.
Eu quero ser médico do fundo do meu coração. Quero ser médico para servir os outros. E, por causa disso, perdi tudo. Mas ganhei tudo também. Partilhei a vida dos doentes, do pessoal do hospital. Ri com eles, chorei com eles. É isto que quero fazer da minha vida. E, com Deus como testemunha, seja qual for a vossa decisão hoje, tornar-me-ei o melhor médico que o mundo já viu. Podem impedir-me de me formar, podem impedir-me de receber o título e a bata branca, mas não podem controlar o meu espírito. Não podem impedir-me de aprender, nem de estudar. Têm uma opção: ter-me como coelga de profissão ou como um estranho sincero e decidido. Seja como for, serei visto como um espinho. Mas uma coisa vos garanto: sou um espinho que não desaparecerá…

- É tudo?

- Espero bem que não… “


Moral da história:


Patch Adams transporta dentro de si uma chama que espero que se espalhe pela classe médica como um rastilho… e espero que me essa chama me possa aquecer também – dava tudo por isso…

6 comentários:

  1. Vi esse filme em socioantropologia e achei-o muito original... mas duvido que tão cedo a medicina ou até mesmo enfermagem cheguem a esse nível.Seria talvez, até mesmo impossivel.Mas seria, mesmo assim, muito bom.

    BJs

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  2. Tnho k ver isso...
    Kero desvendar o meu espirito critico!!!**looolool

    Bjo*

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  3. olha quando vi este filme não tinha maturidade o suficiente para entender o compromisso que tem um profissional de saude em busca de trazer ao seu paciente pelo menos um pouco mais de bem estar hoje o meu maior sonho é ser uma Path Adams dos dias atuais não acredio ser impossivel pois para mim é simplesmente o meu futuro .

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  4. Eu ADOREI E ESPERO QUE MUITOS TENHAM A CHANCE DE ASSISTIR...

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